quinta-feira, 20 de março de 2014

Será que é esse?!?!

Tenho escutado muitas histórias de frustrações de “quase relacionamentos” ultimamente. De amigos e amigas. Todas praticamente com o mesmo problema. Ele(a) me quer, mas não me quer. Uma hora aparece e é “só amores” e depois vem com a história que está confuso(a), não sabe se é isso que quer.
Tipo cão que não larga o osso. Não conseguem decidir, mas também não liberam o outro. Voltam sempre dos mortos para atormentar. Tipo “Walking Dead”.
Típica situação: você conhece alguém legal e de cara vocês se encaixam. Passam bons tempos quando estão juntos. Até aí tudo vai bem. Mas a pessoa, apesar de ficar feliz com você, não consegue simplesmente dizer: “vamos ficar juntos”. E chovem as desculpas: “vamos com calma”, “acho que é muito cedo para decidir alguma coisa”, “estou confuso(a)”, “acabei de sair de uma situação difícil”. E mesmo sem nenhuma pressão para nada. Você está só deixando rolar. E a pessoa some alguns dias, depois aparece do nada, te querendo loucamente, e te cobrando atenção. Você se questiona: ou eu sou louca ou ele é que está me fazendo de louca. E você se sente solta(o). Não sabe se espera ou parte para outra, porque afinal você gosta dele(a) e queria que desse certo. E se você colocar na parede, provavelmente vai sumir mais rápido que um raio no céu.
Acho que é que nem comprar roupa de festa. Você entra em uma loja, prova algumas e acha uma que não é perfeita para você. Não é exatamente o que você estava querendo. Mas, para não correr o risco de não encontrar o que você quer e ficar sem roupa, você reserva essa na loja e continua procurando. A roupa é boa, é bonita e ficou bem em você. Mas você não tem certeza, você fica em dúvida. Mas, se na hora de experimentar a mesma roupa, ela fosse exatamente o que você estava esperando (dentro do preço esperado também, é claro!), você nem vai em outra loja. Compra sem medo, sem remorso. Era isso que você queria e pronto. Satisfação total.
E aí, que mora o perigo da coisa. Uma roupa é uma roupa, uma coisa, não tem vontade, nem vida. Não dá para fazer o mesmo com uma pessoa, que pensa, que sente, que decide e sofre. Encher de expectativas e ir embora quando achar quem não te deixa dúvidas.
E não dá para agir que nem roupa também, e ficar na loja esperando a boa vontade da pessoa decidir se te quer ou não. Enchendo-se de esperanças e se reservando de conhecer outras pessoas que podem te escolher com o coração.
A verdade é que talvez você seja realmente algo muito bom para aquela pessoa naquele momento. Mas ela não te escolheu com o coração. Você não é a roupa que ela sonhava e queria. Você é interessante, bonita e uma boa possibilidade, mas não preenche todas as expectativas. É apenas a possibilidade. E aí, a pessoa te reserva na loja. Como já é comprovado que com você dá certo, o melhor é somente ir fazendo a manutenção do relacionamento contigo, sem compromisso. E ir conhecendo outras pessoas, até achar a roupa certa.
Uma dica que eu dou para quem se encontra nessa situação agora é: PARA! Não importa se você ama, gosta, curte, está carente ou sei lá. Não fique à mercê da vontade do outro. Se ele(a) não decide, decida você!
Se a pessoa não consegue decidir o que faz com a própria vida, porque você acha que ela sabe o que fazer com a sua vida? Não dá para deixar suas decisões nas mãos de ninguém além de você mesmo.
Até porque, no fundo de todas essas atitudes tem uma certeza: a pessoa não te quer. Pode parecer duro e seco dito assim. Mas quando se está diante daquilo que se quer, não existem dúvidas. Não se entra em outra loja para testar outras. Não existe “não sei se é isso que eu quero”. Só existe o que se quer. E tenho certeza que, diante disso, faz-se todo o necessário para conseguir.
E se você, agora, tem alguém que você não sabe se quer de verdade, e está somente mantendo um certo relacionamento até decidir: PARA também! Eu acho que quem tem dúvida é porque não quer. A dúvida já é indício de que falta alguma coisa. É um alerta que surge quando não se quer de verdade. Digo isso, é claro, quando a dúvida é sobre ter ou não aquela pessoa. Quando se sente que aquele outro não te satisfaz completamente, por melhor que seja.
Não estou falando da dúvida de não querer um relacionamento, de ter medo, ou insegurança de dar um passo mais sério. Nesses casos eu recomendo conversar com amigos sensatos ou terapia mesmo. Acho mais eficaz.

A regra é antiga e simples: Quem quer, quer. Quem não quer, liberta o outro para seguir sua vida. Como diria meu avô: “quem não compra nem vende, desocupa a venda.” (Ana Karenina Macedo)

PESSOAS X CIRCUNSTÂNCIAS


Quando se está solteira é quase impossível evitar as perguntas sobre prováveis pretendentes. Sempre tem alguém que não entende porque você está solteira se tem tanta gente legal no mundo. E eu mesma me fiz essa pergunta por muito tempo. “Será que eu sou muito exigente mesmo?”, “Será que as pessoas estão certas e eu estou escolhendo demais?”
Depois de pensar bastante eu percebi que não. Eu não estou procurando ninguém perfeito. Muito menos príncipe encantado. Até porque eu quero algo real, e se é encantado é porque não existe.
Em meio a tanto pensamento, acabei desenvolvendo uma teoria pessoal sobre o assunto. A diferença entre circunstância e pessoa.
Vou tentar explicar por meio de um exemplo: imagina que aparece um cara bem legal na sua vida. É bonito, te chama a atenção. É bem articulado e inteligente. Engraçado. Trabalha, tem emprego fixo e ganha bem. Sabe o quer da vida. Compartilha os mesmos valores e crenças que você. Já viajou o mundo. Tem ótimos amigos. Uma família maravilhosa. Te trata super bem.
Maravilhoso, né? Vocês devem estar se perguntando: “qual é o defeito que essa louca vai encontrar?” “Depois diz que não é exigente!” Claro que encontrar alguém assim seria a melhor coisa que poderia acontecer na vida de alguém.
Mas até agora eu só descrevi um currículo. Nada além de um currículo. E querer estar com alguém por isso é ter interesse nas circunstâncias. Você se apaixona pelo que o cara oferece. Por tudo que vem no pacote.
É muito diferente de pessoa. Claro que até pode ser que uma circunstância te leve a amar uma pessoa. Eu já vi acontecer. Mas em geral, são só circunstâncias. Daquelas que você escolhe somente com a razão. Eu tenho que estar com ele porque senão eu perco todas essas vantagens.
Pessoa é aquele que ultrapassa as circunstâncias. É aquele que nem tem um ótimo emprego, ou nem conquistou nada demais ainda, mas é ele quem você quer. Aquele que tem uma família difícil, ou fácil, não importa. É ele. Não importa se raspa a cabeça ou usa o cabelo maior. Se usa bermuda que não combina com a blusa ou se se veste muito bem. Você o quer. E ponto. E não precisa pensar muito, nem se convencer. É ele sem explicação. É o coração quem diz e você não consegue despistá-lo de maneira nenhuma, porque ele achou o que quer.
É isso que eu estou buscando: ele. Não um currículo, não boas circunstâncias, mas a pessoa. Essa pessoa em que nada mais vai importar contanto que estejamos juntos. E eu tenha certeza de que enfrentaremos o que vier.
Parece bobo e piegas. Eu sei. Mas acontece assim na maioria dos casos. Eu só estou colocando de um jeito mais bonito. É como uma seleção de emprego. Você tem mil currículos maravilhosos. Mas dentre esses maravilhosos currículos, com certeza o que ficará (e provavelmente terá futuro na empresa) é aquele que teve empatia. Aquele que, de cara, se encaixou no perfil. E às vezes, nem é o mais completo, ou o que tem mais cursos e diplomas. Mas o que mais agradou de primeira. Até porque currículo pode vir depois, se a empresa decidir investir nele. Mais vale a pessoa certa do que o melhor currículo, em grande parte das vezes.
Mas o currículo é importante? Sem dúvida! E a circunstância faz toda diferença. Mas só não é o principal da escolha. Eu quero, antes de tudo, alguém que faça meu coração bater mais forte. Alguém que eu sinta não precisar de nada mais. Porque as circunstâncias mudam o tempo inteiro. E eu quero um amor que seja capaz de se fortalecer nos momentos bons para não se abalar nos ruins. Quero ter alguém que seja tudo o que eu quero, mesmo quando nada mais for favorável.
Como diria Madre Teresa de Calcutá: “Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você pode se decepcionar. Ame apenas, pois nem o tempo poderá apagar um amor sem explicação.” ( Ana Carenina Macedo)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Queria ter te conhecido antes, muito antes, para que nenhum de nós dois tivesse medos ou cicatrizes. Queria ter estado com você quando seu coração descobriu o que era amor, quando seu corpo descobriu o que era desejo, e antes que pudesse sofrer eu estaria do seu lado te amando e me entregando, e juntos poder ter aprendido as lições da vida e do coração. Queria ter te conhecido quando suas esperanças começaram a nascer, quando seus sonhos ainda eram puros e seus ideais ainda ingênuos. Pena termos nos encontrado só agora, já com o coração viciado em outros amores, com uma imagem meio falsa do que é felicidade, do que é se entregar. Queria ter te encontrado numa nova vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem nossos sentimentos."